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Assim foi o tornado Mura, com intensidade IF1,5 e que registrou ventos de até 180 km/h

Assim foi o tornado Mura, com intensidade IF1,5 e que registrou ventos de até 180 km/h

SEGREDO EDITORIAL

Na última quinta-feira, 17 de outubro de 2024, um forte vento de origem convectiva impactou uma área florestal localizada nos limites de Parque Natural de Sant Llorenç del Munt i l’Obacno município de Mura, Bages. A análise da situação sinótica e de mesoescala revelou condições favoráveis ​​para a formação de estruturas convectivas organizadas capazes de gerar fenômenos climáticos violentos.

Usando diversas ferramentas de sensoriamento remoto, foram identificados padrões típicos de tempestades violentas, como baixos valores de temperatura no topo das nuvens e formas em V com Meteosat, estruturas em forma de gancho e entalhes em V com o campo de refletividade do radar, bem como eletricidade contínua atividade detectada pela rede de detecção de descargas elétricas. Além disso, o campo de velocidade radial do radar tornou possível detectar um mesociclone persistente e profundo associado à célula convectiva responsável pelos danos à massa florestal, confirmando que se tratava de uma supercélula.

Trabalho de campo e resultados

O trabalho de campo realizado em conjunto pelo Serviço Meteorológico da Catalunha e pelos guardas florestais do parque natural concluiu que um Tornado de intensidade IF1.5 de acordo com a escala internacional Fujita, com ventos de até 180 km/h (± 20%). O tornado atingiu a costa às 09h18 TU (11h18) em Les Plaines de la Vall e durou cerca de 2 minutos antes de se dissipar em Racó de la Font d’Apollònia. A faixa afetada tinha extensão de 1,6 km e largura máxima de 200 m de massa florestal.

Os danos observados limitaram-se principalmente às árvores, principalmente pinheiros, que sofreram ramos partidos, foram arrancados ou arrancados. A elevada percentagem de árvores danificadas, juntamente com pinheiros arrancados com troncos de diâmetro considerável (cerca de 30 cm), foram os principais indicadores para estimar a intensidade do tornado.

Condições climáticas favoráveis

A situação sinótica de 17 de outubro foi dominada pela passagem de uma alta crista sobre a Catalunha, de sudoeste para nordeste. Na frente, houve difusão acentuada nos níveis médios e altos, com predominância de ventos de sul. Estas condições, juntamente com uma massa de ar muito úmida de baixo nível e forçamento dinâmico causado pela diffluência e aproximação do vale, favoreceram correntes ascendentes e formação de trovoadas.

Na mesoescala, houve um aumento na energia potencial disponível convectiva (CAPE) durante a manhã, coincidindo com um máximo no cisalhamento vertical do vento entre 0 e 6 km de altitude. Estas condições foram favoráveis ​​para a convecção organizada e a formação de supercélulas.

Importância do estudo dos fenômenos climáticos extremos

O estudo detalhado de fenómenos meteorológicos extremos, como o tornado Mura, é essencial para melhorar a compreensão dos mecanismos que os provocam e para desenvolver estratégias de prevenção e mitigação dos seus efeitos. A colaboração entre diferentes organismos, como o Serviço Meteorológico da Catalunha e os guardas florestais, é fundamental para uma investigação aprofundada e uma gestão eficaz destas situações.

Além disso, a sensibilização do público para os riscos associados a estes fenómenos e a educação para a segurança são aspectos cruciais para minimizar o impacto destes eventos no futuro. A divulgação dos resultados destes estudos contribui para fomentar uma cultura de prevenção e resiliência face a fenómenos meteorológicos extremos.

O tornado Mura de 17 de outubro de 2024 foi um fenômeno climático inesperado e violento que afetou uma área florestal de Bages. Graças à análise das condições meteorológicas e aos trabalhos de campo realizados, foi possível determinar que se tratava de um tornado de intensidade IF1.5, com ventos até 180 km/h. Este estudo destaca a importância da investigação e colaboração entre diferentes entidades para melhor compreender e gerir fenómenos meteorológicos extremos.

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